A Copa de São Paulo de Juniores é o maior torneio do futebol de base no Brasil. A cada ano a competição cresce e traz mais visibilidade para o esporte. Apesar de ser um campeonato brasileiro, ao longo dos anos, diversos clubes do mundo já participaram do torneio.
O campeonato é tratado por muitos como a porta de entrada para o futebol profissional. De lá, já saíram diversos jogadores que conseguiram sucesso e fama na profissão.
Nesta sexta-feira,25, São Paulo e Vasco voltam a decidir a competição. em 1992, os dois clubes fizeram uma final equilibrada e cheia de jogadores que, apesar de ainda serem da base, já mostravam que iriam render bons momentos pelo profissional.
Os times de 92
O São Paulo tinha em seu elenco jogadores de muita qualidade. O lateral Pavão, o zagueiro Gilmar, os meias Mona, Pereira e Doriva e o atacante Catê, eram as principais peças daquele time de 92.
Pelo lado vascaíno, alguns nomes já despontavam como joias da equipe carioca. O goleiro Caetano, o lateral Pimentel, o volante Leandro Ávila e o atacante Valdir Bigode (artilheiro do campeonato com 8 gols) eram as chaves do sucesso cruzmaltino, que ainda contava com um certo Edmundo. Entretanto, o “animal” não pôde jogar a partida final, pois estava concentrado com o time principal para a estreia no Campeonato Brasileiro, que aconteceria no dia seguinte, com goleada por 4 a 1 sobre o Corinthians no mesmo Pacaembu.

Destaque entre os profissionais
SÃO PAULO
Alexandre – Foi campeão da Copa Libertadores de 1992, como reserva de Zetti, e morreu em acidente automobilístico antes da viagem para o Mundial. Abriu espaço para Rogério Ceni.
Pavão – Ganhou a Bola de Prata como melhor lateral-direito do Campeonato Brasileiro de 1994.
Gilmar – Já havia sido campeão brasileiro com o São Paulo em 1991 e conquistou os bicampeonatos da Libertadores e Mundial em 92 e 93.
Mona – Foi um dos melhores jogadores da Copinha de 1992, fez parte do time chamado de “Expressinho”, mas a carreira não decolou.
Pereira – Se transferiu para o Colo-Colo depois de deixar o São Paulo e virou ídolo no Chile. Depois ainda defendeu o rival Corinthians.
Doriva – Foi emprestado depois da Copinha, mas retornou para ser campeão da Libertadores e do Mundial de 1993. Defendeu também o Atlético-MG, se transferiu para a Europa e chegou à seleção brasileira. Anos depois, voltaria ao clube como treinador.
Catê – Foi campeão mundial em 1992 e defendeu diversos clubes depois disso, entre eles Cruzeiro, Flamengo e Sampdoria-ITA.
VASCO
Caetano – Goleiro teve passagens pelas categorias de base da seleção brasileira. Subiu para o time principal logo após a conquista e ficou até 1999, mas sempre como opção para o titular absoluto Carlos Germano.
Pimentel – Considerado uma das maiores revelações daquele time, o lateral se destacava pela velocidade e disposição. Dono da posição em 1993, foi protagonista nos títulos do Estadual naquele ano e no seguinte. Depois, passou por clubes como Palmeiras, Flamengo e São Paulo.
Alex Pinho – Mais um que foi incorporado pelo elenco principal e ficou na Colina até 1999, fazendo parte do grupo campeão brasileiro em 1997 e também da Libertadores de 1998.
Tinho – Capitão da Copinha, não só foi alçado ao time principal como conseguiu ser titular, participando da histórica conquista do tricampeonato carioca entre 1992 e 1994.
Leandro Ávila – Na época da Copinha era apenas Leandro, e só ganharia o sobrenome no Flamengo. Tricampeão carioca com o Vasco entre 1992 e 94, foi para o Botafogo em 1995, brilhando na conquista do título brasileiro.
Valdir Bigode – Apesar de já apresentar o bigode, naquela decisão ele era apenas Valdir. Outra característica presente era o faro de artilheiro, sendo o goleador máximo daquela edição do torneio com 8 gols. Defendeu o São Paulo, foi destaque do Atlético-MG na conquista da Copa Conmebol de 1997, e voltou a fazer a festa da torcida do Vasco em 2002, sendo também o artilheiro do Carioca em 2003, 10 anos depois de conseguir o feito pela primeira vez.
Menção honrosa: Edmundo – O “Animal” participou de toda a campanha do Vasco na Copinha, mas ficou de fora da decisão por estar concentrado com o time principal para a estreia no Campeonato Brasileiro daquela temporada.
O jogo
A esperada final aconteceu na tradicional data de 25 de janeiro, dia em que é comemorado o aniversário da cidade de São Paulo, no Pacaembu. Mesmo atuando contra o contra o São Paulo, e sua grande torcida na capital paulista, o Vasco não se intimidou e saiu na frente com o artilheiro da competição Valdir Bigode. Hernande cobrou o escanteio fechado e o artilheiro tocou de cabeça para o fundo do gol. No segundo tempo, o meia Mona fez uma grande jogada e acionou Andrei, que empatou para o tricolor e levou o jogo para a prorrogação. O empate persistiu também no tempo adicional e o título indo para as cobranças de pênaltis.
O São Paulo desperdiçou sua primeira bola com Mona, que cobrou pra fora. O Vasco foi mais eficiente e marcou todos os gols na disputa, fechou com 5 a 3 no placar e garantiu assim o título da competição.
Além de ter levado o clube de São Januário a inédita conquista, o elenco campeão da Copa São Paulo cedeu inúmeros jogadores para o time profissional. Nomes como Caetano, Pimentel, Tinho, Alex Pinho, Leandro Ávila e Valdir Bigode participaram de títulos importantes, em especial do Tricampeonato Estadual (1992, 1993 e 1994), o único da história do clube até o presente momento.
Ficha Técnica da Final
SÃO PAULO 1 X 1 VASCO
(Nos pênaltis, São Paulo 3 x 5 Vasco)
SÃO PAULO: Alexandre; Pavão, Sérgio Baresi, Nelson (Gilmar) e Cleomir; Mona, Pereira, Andrey e Evandro (Doriva); Catê e Toninho – Técnico: Oscar Bernardi.
VASCO: Caetano; Pimentel, Alex, Tinho e Josenilson (Fábio); Viana, Leandro, Vítor e Denilson (Pedro Renato); Valdir e Hernande – Técnico: Gaúcho.
Gols: Valdir 43’/1ºT (VAS), Andrey 20’/2ºT (SP).
Decisão por pênaltis: São Paulo 3 x 5 Vasco. Ordem das cobranças: Vítor (VAS – gol), Mona (SP – para fora), Tinho (VAS – gol), Doriva (SP – gol), Viana (VAS – gol), Pereira (SP – gol), Leandro (VAS – gol), Gilmar (SPA – gol), e Fábio (VAS – gol).